terça-feira, 4 de outubro de 2011

Não saio de casa

Eu raramente saio de casa. Moro no Rio de Janeiro, cidade da qual não gosto e não me sinto segura. Infelizmente fomos obrigados a vir morar aqui por causa do trabalho de meu marido.
Desde que chegamos aqui, nossa vida não tem sido fácil. Muita violência, mão de obra ruim, enfim, quase tudo o que nós não suportamos aqui no Rio existe. Muito mais do que no resto do Brasil, pois por causa do trabalho dele moramos em várias cidades.
Voltei de Genebra na Suiça tem uns 10 dias e falo que estou em depressão profunda por causa disso. Como falei no incício eu raramente saio de casa, mas cada saída daria um capitulo de um livro, por isso resolvi colocar no papel. É uma forma de desabafo e talvez um meio de outras pessoas entenderem por que eu odeio o Rio de Janeiro.
Ontem eu saí, fui com meu marido até a zona sul, pois eu precisava ir ao consulado italiano, ver o que estava acontecendo. Tem quase um ano que eu pedi a transferência da residência do meu marido da Italia para o Rio, quando a cidadania dele saiu. Precisamos nos registrar no local onde estamos morando. Depois de um trãnsito insuportável, com muito movimento, muito carro, eu peguei um taxi até o consulado. Cheguei e fiquei na fila, tinha uma fila enorme quando cheguei. O funcionário responsável pelas informações veio conversando de um a um e quando chegou minha vez, eu mostrei o papel e ele apontou para um papel colado na parede, não era um cartaz, um aviso, nada, era uma folha de sulfite impressa com a instrução de que só seria atendido quem tivesse agendamento.
Ele me olhou, olhou o papel e apontou dizendo: "leia". Eu li e perguntei: "mas eu só queria saber como está isso, já tem 1 ano", ele me falou de novo, "leia, só com agendamento". Depois dessa, voltei pra casa. Só que esse voltar para casa, é uma maratona,tenho de andar algumas quadras e fico observando as pessoas atravessando no meio dos carros, não tem sinaleira de pedrestre, os carros não respeitam a faixa, o pedestre aqui no Rio não tem vez. Parei num lugar onde me indicaram que era o ponto do ônibus, ficava numa calçada comum, sem nenhum sinal de ponto de ônibus, com as beiradas quebradas por causa das raízes das arvores que saltaram pra fora e quebraram tudo. No meio disso tudo, saio fora da calçada, e faço sinal com a mão pro ônibus parar. Ele para e eu entro, pergunto se vai ate o barra shopping e pago 6 reais pela passagem. O ônibus cheira mal, o motorista então dirigi igual a um doido, encostando atrás de cada carro que fica na frente. De repente, ele para numa barraca de refrigerante que fica na calçada, sim, ele para o ônibus e pede pra atendente um H2o. Paga 2.50 e continua o caminho, onde quase bate em dois carros. De novo ele para o ônibus, veja bem, ele não para em nenhum ponto, ele simplesmente parou de novo numa rua onde estava tendo feira livre e pediu um pastel de queijo e um caldo de cana. Bem, eu cheguei, parei no shopping, peguei um taxi e fiquei em casa o restante do dia.

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